domingo, junho 12, 2011

Tarde de Domingo



     Esse vídeo foi feito em casa, há um mês. Só agora tive tempo de escrever sobre ele e apresentar meus pets. Mike, vulgo "Tweety", é nosso bichinho já há uns 3 anos. Lili, a estrela do vídeo, foi recentemente agregada à família.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Precisamos morrer para nos sentirmos vivos...


Uma coisa é ter um sonho. 

Outra coisa é persegui-lo sem medidas. Acreditando que ele é a única maneira de nos realizar humanamente. Acreditando que através dele silenciaremos todas as grandes perguntas em troca da plenitude de um momento, de um único segundo em que nossa imagem no espelho refletirá numa progressão infinita todas as nossas impossibilidades... Este momento não é Narciso apaixonado por sua idéia de si mesmo. Este momento é a perda de si e do mesmo. 
 Tão necessária e ao mesmo tempo tão pavorosa. E tão trágica como é toda realização. Porque a realização é sempre a realização de algo que quando se realiza não se sabe por que, não se pode voltar, mas por melhor que seja, não se pode ficar.
Quem acredita que encontrou algo por que lutar nesta vida sabe o que significa ter que se dobrar, se curvar, desviar, esticar, e sentir em seus pés a deformidade escondida, provocada pelos giros em torno de seu corpo e suas idéias, pela tentativa de saltar para o mundo. Sabe o que é acordar todos os dias sentindo as dores da inconstância, das dúvidas sobre todos os passos dados e aqueles que ainda quer dar. 
Sente o peso da responsabilidade em suas costas, ombros, braços e cabeça, sabendo que este peso não é só seu. E se há amor, o medo não é apenas de não conseguir dar mais um passo. É também o medo de conseguir. E conseguir. E enfaixar as feridas. E se retorcer, sentir doer, e se encolher um tempo. E tornar a se projetar para além de si mesmo. E conseguir. E ir conseguindo até o passo final: o salto para a profunda escuridão e silêncio.
Cisne Negro não é um filme sobre dança. Muito menos sobre "bem" e "mal". 
Nina não tem lado bom, nem lado ruim. É complexa, com dúvidas, projeções, ansiedades, desejos.  Nina é uma sobrevivente. Não de uma performance de uma companhia de balé, mas de si mesma. E é só por isso, porque ela sobrevive à divisão entre corpo e mente, que a morte é tão necessária. Quem morre não é o lado bom de Nina, não é o Cisne Branco para dar lugar ao Cisne Negro. 

Quem morre é o sonho.